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Déficit de vagas em creches sobe para 5,7 mil em Campinas e prefeitura planeja obras para tentar zerar fila em 3 anos

Secretaria de Educação do município divulga plano de trabalho com construção de 14 escolas e ampliação de 18, e admite que programa 'Creche para todos' não deu resultados.

O número de crianças de 0 a 3 anos de idade que esperam por vagas em creches de Campinas (SP) subiu para 5.727 este ano após o cadastro das famílias que buscam a rede pública de ensino na metrópole. Em entrevista ao g1 nesta segunda-feira (22), o secretário da Educação, José Tadeu Jorge, reconheceu que esse déficit não tem solução imediata, e apontou uma chance de zerar a lista em três anos.

"Não existe solução de aumentar vagas nas escolas de um dia para o outro. Aumentar vagas significa construir escolas", explicou.

Há pouco menos de um mês, o déficit, segundo a prefeitura, era de 3,5 mil vagas, e o número cresceu após o interesse de pais em matricular seus filhos e garantir o acolhimento nas escolas. Campinas tem 163 instituições de ensino da rede pública de educação infantil e 45 entidades colaboradoras.

Segundo o secretário, a demanda deste ano é real diante da necessidade das famílias, diferentemente do que ocorreu em 2020, com as escolas fechadas por causa da pandemia da Covid-19. O processo de adaptação nas unidades para verificar a disponibilidade de vagas termina em uma semana, no dia 29.

"A tentativa será acomodar esse déficit até onde for possível nas estruturas que a gente tem. Dá pra transportar a criança? Dá pra aproveitar vaga em outro bairro? As famílias terão que se manifestar. Esse ajuste fino vem depois, mas a gente tenta acomodar", explicou Jorge.

Entre os critérios de seleção, são priorizadas as inscrições de interesse dos que integram o programa Bolsa Família e também são avaliadas as condições de vulnerabilidade.

A fila de espera será atualizada na primeira semana de dezembro, quando o resultado da verificação para abertura de vagas será concluído. Em relação à faixa de 4 a 5 anos, não há déficit de vagas na cidade. Crianças que se enquadram neste perfil precisam, obrigatoriamente, ir à escola, ressaltou o secretário.

14 escolas construídas e 18 reformadas

A Secretaria de Educação divulgou nesta segunda um plano de trabalho que foi apresentado na última sexta-feira (19) na Câmara de Vereadores. Segundo Jorge, as etapas dependem da finalização de projetos de engenharia e da abertura de licitações.

O plano prevê a construção de 14 escolas e a ampliação de 18 já existentes, para que possam ter mais salas de aula e, assim, acolher mais alunos da educação infantil. A expectativa é que 6.650 novas vagas sejam abertas na cidade, mas isso no prazo de três anos.

"Prazo não tem ainda. Estão trabalhando nos projetos. No que for da vontade da Secretaria de Educação, precisa acontecer o mais rápido possível", afirmou.

E o programa 'Creche para todos'?

Em 2019, a prefeitura lançou o "Creche para todos", que visava buscar parcerias com escolas de educação infantil particulares regularizadas. No entanto, a ação não rendeu resultados para reduzir a fila de espera.

Caberia à prefeitura remunerar as escolas para incluir os alunos da rede pública, mas não houve interesse significativo.

Atualmente, segundo Jorge, um programa proposto pela prefeitura, o Primeira Infância Campineira (PIC), tenta novamente a adesão de escolas particulares ao montante de vagas públicas. A ação é coordenada por Thiago Ferrari, mas o secretário não soube precisar se há um prazo para ações do plano renderem vagas em escolas.

Segundo a prefeitura, o PIC propõe integrar os serviços existentes no município com as diversas políticas públicas setoriais. Expressa o compromisso de pensar e planejar a cidade para as crianças de 0 a 6 anos de idade para os próximos dez anos.

Imagem: Getty Images

Link da matéria: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2021/11/22/deficit-de-vagas-em-creches-sobe-para-57-mil-em-campinas-e-prefeitura-planeja-obras-para-tentar-zerar-fila-em-3-anos.ghtml

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