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As dicas do MEC que podem ser tema da redação do Enem 2022

Levantamos possíveis dicas de temas publicadas nas redes sociais do Ministério da Educação e do Inep; estratégia já funcionou em anos anteriores

É comum que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira) e o MEC (Ministério da Educação) deem alguns spoilers sobre o tema de redação do Enem ao longo do ano. É claro que estamos lidando com suposições, mas qualquer dica que acalme a ansiedade do estudante a esta altura é bem-vinda.

E olha, apesar das apostas não serem 100% certeiras, há quem diga que a estratégia funcionou em anos anteriores. Em 2017, quando o tema da redação foi " Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil", o Ministério da Educação havia anunciado meses antes que aquela seria a primeira edição da prova com atendimento especializado para participantes com surdez ou deficiência auditiva.

As apostas de tema da professora que teve 3 alunas nota mil na redação do Enem

Geralmente, esses spoilers do MEC e do Inep chegam por meio das redes sociais. São posts no Instagram, no Twitter ou mesmo no Facebook dessas instituições que divulgam iniciativas e levantam discussões. Basta, então, interpretar quais temas de redação poderiam sair dali.

Selecionamos quatro postagens um tanto suspeitas do Ministério da Educação e do Inep e convidamos Gabrielle Cavalin, coordenadora de redação do Poliedro, para nos ajudar a decifrá-los.

"Os temas colocados a partir de postagens oficiais do governo podem sim se transformar em temas do Enem, mas sempre dada a relevância da discussão no cenário atual, ou seja, da recorrência dos temas na mídia. Precisamos particularizar cada um dos temas e entender a problemática que cada um deles traz", explica Gabrielle.

Confira a análise da professora!

O papel das plataformas digitais na educação

Basicamente, as plataformas digitais são sites que promovem interações entre os usuários e permitem a atualização constante de conteúdos. Na educação, elas podem ser utilizadas para hospedar cursos online ou mesmo para facilitar a interação entre estudantes e professores. Está achando essa história familiar?

Durante a pandemia de covid-19, as plataformas se tornaram um meio de lidar com o ensino à distância, e parecem ter vindo para ficar - afinal, pesquisas mostram o crescimento do EaD (Ensino à Distância) frente à modalidade presencial.

 Ao longo do ano, o Ministério da Educação fez diversas postagens sugerindo os benefícios das plataformas digitais na formação de estudantes e professores.

Gabrielle Cavalin aponta que, dentro deste tema, " a solução que se espera dos alunos é que eles pensem alternativas e benefícios das plataformas digitais na educação". Portanto, para ela, se este assunto surgisse como tema seria relacionado às consequências da pandemia para a área da educação ou os desafios na formação dos jovens e dos professores na contemporaneidade".

Afinal, os desafios educacionais neste cenário pós-pandemia e o crescimento do Ensino à Distância são temas bastante contemporâneos e importantes no campo da educação.

Gabrielle explica que as tecnologias digitais e as plataformas de ensino podem entrar como uma alternativa para a educação, já que quando bem orientadas e bem empregadas auxiliam muito no processo de formação educacional.

No entanto, o estudante deve ficar atento com os exemplos usados para argumentar dentro deste tema, afinal, estamos sofrendo um processo chamado por Gabrielle de "TikTokzação" educacional. Aqui, a problematização é que cada vez mais profissionais não qualificados passam a oferecer formação acadêmica por meio das redes sociais e plataformas.

O candidato também deve ponderar, portanto, a respeito da qualidade do ensino oferecido por este meio.

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Educação financeira

Seja nas escolas ou em canais com milhares de inscritos no Youtube, a educação financeira é sem dúvidas o assunto da vez - e o MEC e o Inep não ficariam de fora.

Este episódio recente, aliado ao fato de que vivemos uma transformação digital, coloca o ensino de computação nas escolas como uma forte aposta para este ano.

A inclusão digital também está prevista na BNCC, e cabe aos estados, municípios e o Distrito Federal garantirem a implementação da inclusão digital em todo país.

Gabrielle nos explica que, a partir deste assunto, a problemática que tem mais chances de aparecer seria a falta de profissionais capacitados para lidar com a tecnologia. A revolução técnico-científica e a chegada do "trabalhador 4.0" também impactam nesta adaptação da educação básica.

O candidato poderia defender que o Brasil, assim como diversos países emergentes, ainda vive uma defasagem na educação tecnológica, o que se torna também um problema social. Caberia também dissertar sobre a falta de estrutura física para promover este letramento digital, já que falta investimento no Ensino Básico do país.

É exatamente isso que a redação do Enem gosta de cobrar: problemas e dilemas sociais e os caminhos para solucioná-los.

Educação ambiental e economia verde

A ideia de uma economia mais sustentável, que inclua a todos e gere menos prejuízos ao meio ambiente, tornou-se pauta em todo o mundo. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a economia verde é "alternativa ao modelo econômico dominante que vivemos atualmente, o qual exacerba as desigualdades, incentiva o desperdício, desencadeia escassez de recursos e gera ameaças ao meio ambiente e a saúde humana".

Ou seja, é uma ideia que engloba questões não apenas de ordem ambiental, mas social e econômica.

Em publicação recente, o MEC levantou a pauta em publicações sobre educação sustentável e economia verde.

Para Gabrielle, a problemática que pode ser proposta a respeito deste tema está relacionada aos caminhos para a construção de uma economia verde, baseada na preservação ambiental.

"Afinal, é só pensarmos no cenário atual e nas discussões: desmatamento, agronegócio, exportação de produtos e como eles precisariam estar atrelados ao compromisso ambiental", reflete.

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