NOTÍCIAS

...

Escolas privadas podem reajustar em mais de 10%

Muitos colégios particulares tiveram nos últimos anos investimento em tecnologia, inadimplência mais alta e não reajustaram mensalidade. Acompanhe a entrevista do Benjamin Ribeiro da Silva

Em 2023, escolas particulares devem ter reajustes acima da inflação. Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), os reajustes são motivados pela inadimplência mais alta, investimento em tecnologia e adiamento de reajustes nos últimos anos.

Advogada, Simone Silveira tem uma filha matriculada em uma escola particular e não percebeu o reajuste quando fez a rematrícula para 2023. "Não recebi nenhum comunicado oficial da escola e não percebi na rematrícula. Não notei porque minha filha está saindo do ensino integral neste ano e indo para meio período. Por isso não me atentei, já que ia ficar mais barato."

Depois de notar o aumento, Simone questionou a escola. "Perguntei sobre o reajuste e disseram que foi 10%, com base no IPCA e na inflação. Mas esse valor está mais alto que a inflação atualmente. A gente é pego de surpresa e outras mães viram a diferença na mensalidade mesmo, mas a gente acaba aceitando."

Mesmo com a alta, a advogada está satisfeita com o colégio da filha. "No período da pandemia, não tive problema com a escola da minha filha. Inclusive, diminuíram o valor por conta do ensino remoto, minha filha começou a estudar integral. Não vejo a escola temerosa em perder aluno, muito pelo contrário."

SINDICATO

Presidente do Sieeesp, Benjamin Ribeiro da Silva diz que a previsão de reajuste não é universal. "Cada escola aumenta de acordo com a planilha de custo. Muitas não fizeram reajuste durante a pandemia, outras precisaram investir em tecnologia para poder dar aula a distância."

Para Silva, mesmo precisando fazer reajuste, o momento é bom para as escolas particulares. "Em 2020, muitos pais tiraram os filhos de escolas particulares e não matricularam de volta em pública nem em privada. Por isso, muitas escolas pequenas faliram. Hoje, na minha escola, por exemplo, já tenho 10% a mais de alunos, que migraram para as escolas maiores com a volta às aulas. Quem sentiu mais foi escola pequena."

"Os alunos que deixaram de estar matriculados já estão de volta nas escolas particulares. Não temos ainda os números do censo do Inep deste ano, mas, se pegar de 2019 para 2020, houve migração. Na rede privada há 2,5 milhões de alunos no ensino particular. Desse total, 27 mil foram para a rede pública, mas, em 2021, mais de 27 mil foram matriculados de volta nas escolas particulares", diz ele, frisando a importância do diálogo entre as escolas e famílias.

MUDANÇA

Na rede municipal de ensino, segundo a Unidade de Gestão de Educação (UGE), há estimativas de que cerca de 380 alunos provenientes da rede particular ingressaram em todos os anos da rede municipal neste ano. Em 2021, entre janeiro e agosto, foram 361 novos alunos provenientes do ensino particular matriculados no Ensino Fundamental municipal. Em 2020, foram 447 matrículas no Ensino Fundamental durante o ano.

 

Imagem: arquivo Sieeesp

Link da matéria: https://sampi.net.br/jundiai/noticias/2667372/jundiai/2022/11/escolas-privadas-podem-reajustar-em-mais-de-10

COMPARTILHE:
R. Benedito Fernandes, 107 - Santo Amaro - São Paulo | (11) 5583-5500