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Previsibilidade financeira: o dilema das escolas particulares brasileiras

Em 2021, de acordo com dados do Distrito, mais de US$ 550 milhões foram investidos em empresas brasileiras focadas em tecnologias educacionais, representando um aumento de 1.800% em relação aos US$ 29 milhões de 2020. Veja artigo de Danilo Costa, fundador do Educbank ao Fórum CNN

Há anos tenho o privilégio de trabalhar no universo da educação. Com o surgimento das chamadas edtechs nas últimas duas décadas, o cotidiano escolar vem passando por uma transformação irreversível, e acredito que a educação é um dos segmentos que mais pode (e deve) se beneficiar da revolução digital deste século.

Para se ter uma ideia, em 2021, de acordo com dados do Distrito, mais de US$ 550 milhões foram investidos em empresas brasileiras focadas em tecnologias educacionais, representando um aumento de 1.800% em relação aos US$ 29 milhões de 2020.

Porém (e isso não é exclusividade do Brasil), os gestores de instituições de ensino e educadores costumam ser criticados pela demora em adotar as últimas novidades tecnológicas. O que não chega exatamente a ser ruim, já que estamos falando de atividades com impacto na vida de muitas crianças – e cujo prazo para comprovar os resultados é longo. Aliás, é o mesmo motivo pelo qual muitas famílias também hesitam em apoiar novas iniciativas, receosas de que seus filhos se tornem cobaias.

Mas, uma vez superado esse ceticismo inicial, e depois de experiências bem-sucedidas e muitos dados acumulados, sabemos de benefícios já mais do que comprovados – apoiando não apenas os alunos nas suas jornadas de aprendizagem, mas também os professores, com ferramentas que potencializam sua atuação e economizam seu bem mais escasso – o tempo.

No entanto, a conjuntura do nosso país traz um obstáculo adicional para a adoção da inovação em sala de aula: a completa falta de previsibilidade financeira por parte dos gestores das escolas particulares. Pode até ser uma surpresa para alguns, mas quem já foi ou é dono de Escola sabe que a inadimplência ao longo do ano e a dificuldade no acesso ao crédito (mesmo para cobrir o capital de giro) são dois problemas complexos – e bem antigos.

Os gestores educacionais acabam dedicando mais de 50% do seu tempo e energia em atividades-meio, como a inadimplência. Como organizar ações efetivas de longo prazo se o orçamento disponível varia tanto de mês a mês? Como dedicar tempo e recursos para estudo e planejamento se as atividades diárias consomem tanto?

Pois até mesmo nesse aspecto a tecnologia vem trazendo benefícios e melhorias, não apenas para escolas, mas para a vida financeira de indivíduos e empresas. Em todos os setores da economia, as fintechs vêm ganhando espaço e proporcionando serviços financeiros digitais em diversos nichos – incluindo o da educação. Minimizam a burocracia, personalizam o atendimento e utilizam tecnologias avançadas de forma customizada: surgem para resolver problemas específicos de cada setor com um nível de compreensão – e de dados – até então impossível para as instituições financeiras tradicionais e provedores de linhas de crédito.

Oferecer capital de giro, tecnologias inovadoras de pagamento, soluções completas de gestão, maior comodidade e autonomia para as famílias é tudo que um mantenedor escolar precisa para voltar a investir, voltar a focar nos alunos e no seu bem-estar, permitindo que a relação escola-família continue sempre melhorando.

Se no ranking de educação da OCDE (o famigerado “Pisa”) infelizmente ainda figuramos entre os últimos colocados, a situação é bem diferente no ecossistema de fintechs: São Paulo é a 4ª cidade do ranking global, segundo levantamento do Global Fintech Rankings 2021.

Por esse motivo, observando a inevitável e bem-vinda colisão desses dois mundos, não poderia estar mais animado para acompanhar os próximos episódios dessa história. Acredito que muito em breve, as hesitações da educação básica serão amenizadas na frente financeira. Com acesso a capital, espero que os dilemas da educação básica passem a ser outro, como por exemplo: onde abrir a próxima escola.

 

Link da matéria: Previsibilidade financeira: o dilema das escolas particulares brasileiras | Fórum CNN | CNN Brasil

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