Maioria das escolas de Campinas retoma atividades nos próximos dias
"O número de alunos tem aumentado na rede privada por conta da estabilidade da pandemia da covid-19", afirma Benjamin Ribeiro da Silva
A maioria das escolas das redes pública e privada abre as portas aos alunos nos próximos dias, marcando a volta às aulas neste mês de fevereiro em Campinas. De acordo com a Prefeitura, as escolas municipais retomam as atividades na segunda-feira, dia 6. Na rede estadual, o retorno está previsto para sexta-feira, dia 3. Embora alguns colégios particulares já tenham retomado as atividades em janeiro, a maioria começará o ano letivo neste início de mês na cidade.
A rede municipal é composta por 208 unidades, considerando 163 focadas em educação infantil, 44 entidades colaboradoras de educação infantil e 45 escolas de ensino fundamental. Neste ano, são 61,9 mil alunos matriculados. Segundo a Administração, os funcionários retornam nesta quarta-feira (1º) para discutir o planejamento pedagógico. As escolas passaram por manutenção durante as férias para receber os alunos.
Na rede estadual, conforme cronograma divulgado pela Secretaria de Educação paulista, o primeiro dia será para acolher os novos alunos e os que retornaram para mais um ano letivo. Em todo o Estado, são 3,5 milhões de estudantes em 5,3 mil escolas estaduais. Os professores e gestores se reúnem nesta quarta e quinta-feira para traçar as metas do primeiro semestre, que deve terminar no dia 30 de junho. As aulas serão 100% presenciais, visto que a situação da pandemia da covid-19 está controlada. O recesso das instituições de ensino estaduais está previsto para acontecer do dia 3 a 24 de julho. O segundo semestre começa no dia 25 de julho e se encerra em 15 de dezembro.
Os colégios particulares funcionam de uma maneira diferente. As gestões definem as datas de início das aulas, mas, de acordo com o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), Benjamin da Silva, a maioria das escolas retornou entre o fim de janeiro ou vão iniciar o ano letivo em fevereiro.
O presidente do sindicato percebe que o número de alunos tem aumentado na rede privada por conta da estabilidade da pandemia da covid-19 e também espera que os índices de ensino melhorem neste ano. "A expectativa é que a tecnologia que acabou vindo com a pandemia veio para ficar", complementa.
Expectativa
A vendedora Letícia Hereman, 26 anos, vai levar a sua filha Alice Caetano, de 6 anos, para o colégio nesta sexta-feira. Ela diz que está com boas expectativas, visto que é o primeiro ano desde 2020 em que a pandemia está mais controlada. "Espero que essa etapa seja de aulas totalmente presenciais e que não volte (para a forma remota) para ela poder ter a alfabetização correta, porque ela perdeu dois anos e meio, quase três anos de escola. Então, vai ser uma adaptação bem drástica. A expectativa é uma ansiedade para ver como a criança vai se desenvolver nesse ano", comenta a mãe de Alice.
Letícia relata que a sua pequena está animada com o retorno às aulas, principalmente para reencontrar os coleguinhas. Ela, que está indo para o primeiro ano, já sabe que vai ser uma temporada de desafios por ser o início da alfabetização. "Ela sempre está falando: 'mãe, quero voltar e ver os meus amigos'. Agora, vai ser uma escola nova e ela está super ansiosa", conta a vendedora.
A jovem ressalta que o papel do colégio no desenvolvimento da filha é fundamental. "A escola ajuda os pais na parte de socialização da criança, porque ela não deixa de ser mais mimada dentro de casa, tem um conforto e algumas regalias. Agora, na escola, ela vai ter que seguir as regras do lugar, vai aprender a viver em sociedade, é o primeiro passo para ela se tornar uma pessoa sociável no futuro e aprender mais sobre a vida", pontua Letícia.
Por sua vez, a jornalista Larissa Dias, 31 anos, é mãe do Noah Sena, de 3 anos, e espera que a relação entre as crianças melhore, uma vez que as restrições de contato diminuíram e que seja possível estabelecer uma rotina. "Com a pandemia, a escola fechava e reabria, o que acabava atrapalhando o dia a dia em casa. Então, para esse ano, eu espero muito que a gente tenha uma rotina mais controlada, mais segura e que as crianças consigam socializar mais e criar melhores laços", relata.
O colégio do Noah, que é particular, iniciou o ano letivo na segunda-feira, dia 30, e Larissa comenta que ele estava muito ansioso e passou as férias perguntando dos amigos. Ela relata que "assim que abriram o portão da escola, ele saiu correndo e nem olhou para trás".
Para Larissa, a escola é uma extensão da casa e serve como uma rede de apoio. Ela sente que a instituição auxilia na criação do filho e que aprende com ela também. Assim como Letícia, a jornalista entende que o colégio é um espaço importante para o Noah aprender a socializar. "O papel do colégio vai além do currículo obrigatório. Tem a parte das áreas de conhecimento de aspecto não cognitivo que desenvolve a curiosidade, a persistência, o caráter que é criado nessa primeira infância. Então, a escola é extremamente importante para o desenvolvimento do Noah", comenta a jornalista.
Imagem: Sponte
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