SIEEESP - Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo

3º WORKSHOP DE DISLEXIA: NÃO PERCA SEGUNDO E ÚLTIMO DIA HOJE!

Evento teve início ontem e conta com mais de 1.800 inscritos

Por Juan Alejandro

O terceiro ano consecutivo do Workshop de Dislexia já está a todo vapor! O evento do SIEEESP têm parceria com o Instituto Celia Godoy e Dislexia TDAH Amor de Mãe.

Na cerimônia de abertura, a coordenadora do Departamento de Cursos do SIEEESP, Regina Stefano, as professoras Celia Godoy e Samantha Oliveira comentaram sobre a importância workshop e o quanto os pais que têm crianças com dislexia sofrem sem informação ou instrução adequada nas escolas. E o tanto que esse tema precisa ser renovado e revisitado a cada dia. “Sem dúvida, uma grande oportunidade para refletir, dialogar e aprender mais sobre a Dislexia a cada ano, afirma Regina. “Um encontro sempre único e necessário, visando contribuir para o universo escolar”, completa Célia.

Com o primeiro tema da noite sendo Cérebro, emoção e aprendizagem na Dislexia, a fonoaudióloga e psicopedagoga Telma Pantano destacou que o cérebro da criança com dislexia apresenta um padrão de ativação neural mais difuso, com dificuldade em gerar associação do campo visual da leitura. “Pode exigir mais atenção no recrutamento das palavras do que em estágios mais avançados de leitura, e tem necessidade de enviar um grande esforço mental. As operações relacionadas ao reconhecimento das palavras não são plenamente automatizadas, como com os leitores hábeis, despendendo mais tempo em tarefas que necessitam de leitura”. Ela ainda reforça que à medida que vai consolidando a aprendizagem é necessário a ativação de outras áreas, para a compreensão do texto, o que torna fluente a leitura. O contexto de aprendizagem precisa ser facilitador e acompanhar o desenvolvimento das crianças, que não se enquadram no modelo tradicional de ensino.

Já a especialista e militante da área em Dislexia, Maria Eugenia, tratou sobre Dislexia, uma experiência de vida, onde ela relata, como dislexa, seus anos de vida na escola e como se adequava aos ensinos e com suas dificuldades. “Mesmo tirando notas baixas e tendo muitas dúvidas, a minha capacidade não condizia com aquilo que eu poderia realmente oferecer”. Ela ainda ressalta a importância do apoio dos pais em todo o processo.

O tema seguinte, Psicomotricidade e escrita: entenda a sua relação, com a doutora em Ciências da educação e psicopedagoga, Cristiane Souza, diz que a Psicomotricidade é uma ciência que estuda o ser humano de forma global, e assim o aprendizado cognitivo, emoções e desenvolvimento motor estão interligados e devem ser trabalhado em conjunto. “Assim, torna-se impossível separar a relação corpo e mente, pois um gera influências no outro”.

Segundo ela, a estrutura da educação psicomotora é a base fundamental para o processo intelectivo e de aprendizagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral para o específico; quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo do problema, em grande parte, está no nível das bases do desenvolvimento psicomotor. Durante o processo de aprendizagem, os elementos básicos da psicomotricidade são utilizados com frequência. O desenvolvimento do esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial, orientação temporal e pré-escrita são fundamentais na aprendizagem; um problema em um destes elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem.

Adaptação de prova na dislexia,, é um tema que vem sendo cada vez mais visível e discutido entre educadores e mantenedores. A fonoaudióloga e especialista Renata Monteiro ressalta que “não é possível generalizar a dislexia, uma vez que cada pessoa possui suas próprias características e dificuldades”. Segundo ela, as atividades que trabalham a percepção auditiva ajudam a desenvolver a percepção da sequência auditiva e as habilidades de consciência fonológica. Isso porque ela se relaciona com a forma como manipulamos o som, com a percepção do tamanho das palavras e da semelhança fonológica entre elas.