NOTÍCIAS

...

Quase 25% dos países proíbem celular em sala de aula

De acordo com dados divulgados pela Unesco, um em cada quatro países do mundo proíbe ou tem políticas sobre o uso do celular em sala de aula

Entre os que recentemente anunciaram a proibição estão Finlândia e Holanda. Estudos mostram impactos do smartphone na aprendizagem e na concentração dos estudantes, principalmente porque os distrai durante a aula.

“As notificações recebidas ou a mera proximidade do celular podem ser uma distração, fazendo com que os alunos percam a atenção na tarefa. O uso de smartphones nas salas de aula leva os alunos a se envolverem em atividades não relacionadas à escola, o que afeta a memória e a compreensão”, diz o Relatório Global de Monitoramento da Educação 2023 da Unesco, intitulado “A tecnologia na educação, uma ferramenta a serviço de quem?”

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, salientou que a pandemia fez com que se valorizasse uma tendência de “ver as soluções tecnológicas como uma ferramenta universal, adequada para todas as situações, uma forma inevitável de progresso”, mas que é preciso lembrar os desafios e os riscos.

O documento, que reúne evidências de pesquisas do mundo todo, expõe os benefícios da tecnologia na educação, mas faz também uma leitura crítica do uso não regulado e não moderado por educadores. É a primeira vez que o relatório anual da Unesco discute a tecnologia.

Conforme o texto, os smartphones foram banidos total ou parcialmente em México, Portugal, Espanha, Suíça, Estados Unidos, Letônia, Escócia e em províncias do Canadá.

Na França, apesar da proibição, o aparelho pode ser usado por alunos com deficiências, ou quando está claro o uso pedagógico. Países asiáticos e africanos são os que mais têm leis, como Uzbequistão, Guiné e Burkina Faso. Em Bangladesh, nem os professores podem usar o aparelho em sala.

Brasil

Não há lei que proíba o uso de celulares no Brasil. Escolas particulares têm regras próprias, permitindo ou não de acordo com o uso e a idade do aluno. Um projeto de 2015, ainda em análise na Câmara dos Deputados, proíbe “o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como celulares e tablets, nas salas de aula da educação básica e superior de todo o País”. De autoria do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), ele prevê que os aparelhos só serão permitidos “se integrarem as atividades didático-pedagógicas e forem autorizados pelos professores”.

O ministro da Educação, Camilo Santana, foi um dos 18 ministros que participaram do lançamento do relatório no Uruguai. Em sua fala, ele disse que é preciso combater a desigualdade no acesso à conectividade em escolas brasileiras e que o governo deve lançar um programa de banda larga para todas as escolas do País. Segundo ele, também há “enorme preocupação” com relação ao controle das plataformas digitais. “São fundamentais leis nacionais; estamos acompanhando no mundo todo experiências ruins do uso, antidemocráticas, violentas, como aconteceu nas escolas no Brasil.”

O texto ainda diz que “deve haver clareza sobre o papel que essas novas tecnologias desempenham na aprendizagem e sobre seu uso responsável pelas escolas” e que os alunos “precisam aprender os riscos e oportunidades que vêm com a tecnologia, desenvolver habilidades críticas e entender como viver com e sem tecnologia”.

 

(Link da matéria: https://www.osul.com.br/quase-25-dos-paises-proibem-celular-em-sala-de-aula/)

 

Imagem: pixabay

COMPARTILHE:
R. Benedito Fernandes, 107 - Santo Amaro - São Paulo | (11) 5583-5500